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HQ, Hip Hop e Abuso Sexual, uns bagulho que não combinam | De Bambaataa a Piskor


Quando tomei conhecimento do lançamento da série em quadrinhos Hip Hop Family Tree (Hip Hop Genealogia aqui no Brasil), fiquei encantado com a estética retrô da belíssima arte daquele material. Uma série que unia duas de minhas paixões desde sempre: Hip Hop e quadrinhos.

Logo comecei as minhas pesquisas pra saber quem era o maluco quem caneta aqueles desenhos belíssimos. Cheguei então no já conceituado (até então desconhecido para mim) artista Ed Piskor, e logo virei fã do trampo do cara, comecei então a ir em busca de outros trabalhos do artista.

Mas sempre acompanhando “in loco”, através do Instagram tudo que o artista produzia. Mas sempre pensando como seria foda se “essa porra saísse no Brasil”.  Não tardou muito, a editora Veneta, capitaneada pelo grande Rogério de Campos (o cara que “trouxe” o mangá dos Cavaleiros do Zodíaco pro Brasil, dentre outros), realiza o sonho de consumo do nerd amante do Hip Hop.

Em 2016, numa edição caprichadíssima, com prefácio de Emicida, a Veneta nos entrega o primeiro de uma série de volumes dessa linda coleção que já nasceu clássico (quem do Hip Hop, sabe o que eu tô falando).

Passado a euforia do primeiro número, três anos depois, a Veneta nos entrega o volume dois de três volumes lançados até agora. Com o mesmo esmero de sempre, o que já não é surpresa para os que acompanham o trabalho da editora brasileira. Porém, essa edição em particular já me trouxe um incômodo. A problemática escolha da capa que iria ilustrar o segundo volume da edição brasileira de Hip Hop Family Tree

Bambaataa retratado na arte de Piskor

É de conhecimento de todos os adeptos da Cultura Hip Hop e até de fora dele, que Afrika Bambaataa, considerando “um dos pais” do Hip Hop, tem em sua bio, desde 2021 a terrível e imperdoável mancha de escândalos sexuais envolvendo menores e também tráfico de crianças. Estranhamente os canais de Hip Hop pouco falaram sobre esses crimes.

Contudo, Hip Hop Genealogia seguiu e em 2022, somos agraciados com o terceiro e até então último volume dessa belíssima série sobre o Hip Hop, estampando em sua capa a lenda Run DMC

Eis que em 2024, o promissor nerd, amante do Hip Hop também cai em desgraça. Recai sobre Ed Piskor a acusação de aliciamento de menor. E tal como as acusações sobre Bambaataa, a alternância entre silêncios ensurdecedores e discretas notinhas de repúdio tem sido a tônica para não discutirmos assuntos espinhosos.

O Hip Hop precisa parar de se indispor e passar a também combater abertamente a cultura do estupro “…até Jack tem quem passe um pano.”, mas a canalhice não prescreve.


Texto de Paulo Brazil

Akira Toriyama: Uma Trajetória Lendária | 5 obras do mangaká para além de Dragon Ball


Akira Toriyama, o mangaká japonês que encantou o mundo com suas obras vibrantes e personagens inesquecíveis, faleceu no dia 1º de março de 2024, aos 68 anos, deixando um legado inigualável no mundo dos quadrinhos. 

Sua jornada artística começou em 1978, quando publicou seu primeiro mangá, Wonder Island, na revista Shonen Jump. A consagração viria com Dr. Slump, a história hilária da robô Arale Norimaki, que conquistou o público com seu humor irreverente e personagens cativantes.

Em 1984, Toriyama deu vida à obra que o tornaria um ícone global: Dragon Ball. A história de Goku, um jovem guerreiro em busca das Esferas do Dragão, rapidamente se tornou um fenômeno, transcendendo fronteiras e inspirando gerações de fãs.

Seu estilo único, mesclando humor, ação e aventura, se tornou marca registrada em suas obras subsequentes, como Cowa!, Jaco the Galactic Patrolman, Sand Land e Chrono Trigger, consolidando seu nome como um dos maiores nomes do mangá.

Toriyama também se destacou como designer de personagens, criando visuais memoráveis para games como Dragon Quest e Chrono Trigger, contribuindo para a imersão dos jogadores nesses universos fantásticos.

Sua morte foi recebida com pesar por fãs e artistas do mundo todo, que reconhecem seu impacto na cultura pop e sua imensa contribuição para a indústria dos quadrinhos. Seu legado, porém, permanecerá vivo para sempre, eternizado em suas obras atemporais e na inspiração que proporcionou a tantos.

Nesta edição especial do Fora da Banca, celebramos o gênio criativo de Akira Toriyama, que além de Dragon Ball nos presenteou com tantas outras obras memoráveis. Embarque nessa uma jornada épica por cinco universos vibrantes, para além das Esferas do Dragão, cada um com seu próprio encanto:


1. Dr. Slump: Prepare-se para rir até a barriga doer com as desventuras hilárias de Arale Norimaki, uma robô superforte com a mente de uma criança! criado por Akira Toriyama em 1978, é um mangá que transcende gerações com seu humor irreverente, personagens excêntricos e histórias hilárias. 

Em Penguin Village, nada é normal. Arale, com sua ingenuidade e força descomunal, causa confusões cômicas por onde passa. Seus amigos, como o pervertido Gatchan e a robô má-humorada Akari, complementam a atmosfera caótica da vila.

O humor de Dr. Slump é ácido e sarcástico, satirizando elementos da cultura pop e da sociedade japonesa da época. As piadas são frequentes e variadas, desde slapstick até humor negro, garantindo gargalhadas a cada página.

Mas Dr. Slump não se resume apenas ao humor. A série também possui momentos de ternura e emoção, explorando temas como amizade, família e o que significa ser humano.

Dr. Slump foi um sucesso estrondoso no Japão, ganhando um anime que se tornou um clássico cult. A série também conquistou popularidade no ocidente, influenciando diversos artistas e animando fãs de todas as idades.

A genialidade de Akira Toriyama se destaca em Dr. Slump. Seu estilo único de desenho, com personagens caricatos e cenários vibrantes, é facilmente reconhecível. A narrativa ágil e os diálogos rápidos prendem a atenção do leitor do início ao fim.


2. Cowa!: Criado por Akira Toriyama em 1983, é um mangá que nos leva a um mundo de fantasia medieval, onde um menino órfão chamado Paifu e seu fiel companheiro bovino, Cowa, embarcam em uma jornada emocionante em busca do lendário tesouro "Milk Road".

Paifu, apesar de ser pequeno e franzino, possui um coração valente e um forte senso de justiça. Cowa, por outro lado, é um bovino falante e sarcástico, que serve como o fiel escudeiro e confidente de Paifu.

Juntos, eles enfrentam diversos desafios e perigos em seu caminho. De monstros ferozes a bandidos cruéis, Paifu e Cowa precisam usar toda a sua inteligência e força para superar os obstáculos e alcançar seu objetivo.

Cowa! é uma história divertida e emocionante, com um toque de humor característico de Akira Toriyama. A narrativa é ágil e repleta de ação, enquanto os personagens cativantes conquistam o leitor com suas personalidades únicas.

O mangá também explora temas como amizade, lealdade e a importância de seguir seus sonhos. Paifu e Cowa aprendem a confiar um no outro e a trabalhar em equipe para superar os desafios que surgem em seu caminho.

Cowa! é uma leitura recomendada para todas as idades. A história é leve e divertida, mas também possui mensagens inspiradoras que podem ser apreciadas por todos.


3. Jaco the Galactic Patrolman: Viaje ao espaço sideral com Jaco, um patrulheiro espacial atrapalhado que se envolve em missões intergalácticas cômicas e perigosas.Criado por Akira Toriyama em 2013, é um mangá que nos leva a uma aventura espacial cômica e emocionante, com um toque sentimental característico do autor.

Jaco, um patrulheiro espacial atrapalhado e excêntrico, é enviado à Terra para investigar um perigoso criminoso alienígena. Ao longo da história, ele se depara com situações hilárias e inesperadas, enquanto tenta cumprir sua missão e proteger a humanidade.

Acompanhado por um jovem chamado Omori, Jaco se envolve em confusões cômicas e enfrenta diversos desafios. O contraste entre a personalidade séria de Jaco e o humor inocente de Omori cria uma dinâmica divertida e cativante.

O mangá explora temas como amizade, lealdade e a importância de proteger os inocentes. Apesar de seu humor peculiar, Jaco possui um forte senso de justiça e compaixão, sempre disposto a ajudar aqueles que precisam.

Jaco the Galactic Patrolman é uma leitura leve e divertida, perfeita para quem procura um escape da rotina. A história é recheada de humor, ação e momentos emocionantes, com personagens cativantes que conquistam o leitor.


4. Sand Land: Aventure-se em um deserto árido e misterioso, onde um demônio bondoso chamado Beelzebub e um xerife peculiar chamado Rao se unem em uma busca épica pela lendária água fantasma. Criado por Akira Toriyama em 2000, é um mangá que nos leva a um local dominado por bandidos e monstros, Beelzebub e Rao embarcam em uma aventura perigosa e emocionante. Apesar de suas diferenças, eles formam uma equipe improvável, unindo seus pontos fortes para superar os desafios que surgem em seu caminho.

Ao longo da história, eles se deparam com diversos personagens intrigantes, como a bela Princesa Sheela e o misterioso demônio Astaroth. Cada personagem tem suas próprias motivações e segredos, que se entrelaçam na trama complexa e envolvente de Sand Land.

O mangá explora temas como amizade, lealdade, redenção e a busca pela esperança em um mundo cruel. Beelzebub e Rao, apesar de serem outsiders, representam a força da bondade e da perseverança em face da adversidade.

Sand Land é uma leitura rica e complexa, com uma narrativa envolvente e personagens memoráveis. A arte de Akira Toriyama é única e expressiva, capturando a beleza e a crueldade do deserto de forma vívida.


5. Chrono Trigger: Junte-se a um grupo de heróis corajosos em uma jornada épica através do tempo para salvar o mundo de um futuro apocalíptico. Lançado em 1995, é um RPG aclamado pela crítica que transcende gerações com sua história épica, jogabilidade inovadora e trilha sonora memorável. Desenvolvido por uma equipe dos sonhos composta por Akira Toriyama (design de personagens), Yuji Horii (criador de Dragon Quest) e Shigeru Miyamoto (criador de Mario Bros.), Chrono Trigger se tornou um clássico instantâneo e um dos jogos mais influentes de todos os tempos.

A história gira em torno de Crono, um jovem aventureiro que se junta a Marle, uma princesa do Reino de Guardia, e Lucca, uma inventora genial, em uma jornada épica para salvar o mundo da destruição. Através de um portal mágico, eles viajam no tempo, explorando diferentes eras da história e confrontando poderosos inimigos.

O sistema de combate do jogo é inovador e envolvente, permitindo que os jogadores combinem habilidades e técnicas de diferentes personagens para realizar ataques devastadores. A trilha sonora, composta por Nobuo Uematsu, é considerada uma das melhores da história dos videogames, com melodias que variam de temas heroicos a músicas melancólicas, criando uma atmosfera única para cada era.

Chrono Trigger é um jogo rico em detalhes e nuances. O mundo é vasto e cheio de segredos para serem descobertos, com diversos finais possíveis que dependem das ações dos jogadores. A história é profunda e complexa, explorando temas como destino, livre arbítrio e a importância da amizade.

O jogo influenciou profundamente o gênero RPG e continua a ser considerado um dos melhores de todos os tempos. Se você procura uma experiência de jogo única e memorável, Chrono Trigger é uma escolha obrigatória.


A genialidade atemporal de Akira Toriyama

As obras de Akira Toriyama transcendem o tempo e o espaço, conquistando fãs de todas as idades e culturas. Cada universo criado por ele é único, com suas próprias características e encantos. Seja a aventura épica de Dragon Ball, a comédia irreverente de Dr. Slump, ou a fantasia mágica de Cowa!, Toriyama nos presenteia com histórias que prendem a atenção do início ao fim.

Um dos pontos fortes de Toriyama é sua capacidade de criar personagens memoráveis. Desde o icônico Goku, passando pela doce Arale, até o misterioso Jaco, cada personagem possui uma personalidade única e cativante. Eles nos fazem rir, chorar, vibrar e nos conectar com suas histórias e motivações.

O humor de Toriyama é outro elemento que o diferencia. Seja em Dragon Ball, Dr. Slump ou qualquer outra obra, ele sempre encontra espaço para inserir piadas e situações hilárias que divertem e descontraem o leitor. O humor irreverente de Toriyama é uma marca registrada que contribui para a leveza e o dinamismo de suas histórias.

Para os fãs de ação, Toriyama oferece batalhas épicas e emocionantes. Em Dragon Ball, por exemplo, acompanhamos Goku e seus amigos em lutas eletrizantes contra poderosos inimigos. As coreografias de luta são criativas e bem elaboradas, e a adrenalina é constante.

Toriyama é um mestre em contar histórias. Seja qual for o gênero, ele consegue prender a atenção do leitor do início ao fim. Seus roteiros são bem estruturados, com ritmo e suspense, e sempre nos deixam ansiosos para saber o que vai acontecer a seguir.

Se você ainda não conhece as obras de Akira Toriyama, está perdendo tempo. Prepare-se para se encantar com a genialidade e a criatividade de um dos maiores mestres do mangá. Descubra universos únicos, personagens cativantes, humor irreverente, batalhas emocionantes e histórias que te prenderão do início ao fim.



Compartilhe nos comentários suas obras favoritas de Akira Toriyama! Qual te proporcionou a aventura mais emocionante?

#ForaDaBanca #AkiraToriyama #DragonBall #Mangá #Humor #Aventura

Caos Mutante e Adolescente com as Tartarugas Ninja


Tartarugas Ninja: Caos Mutante é um mergulho revigorante nas águas turbulentas da adolescência! Como essas tartarugas bípedes conseguem encapsular tão habilmente os anseios e desafios da juventude é um feito notável. Afinal, eles não são apenas guerreiros das sombras, mas também guerreiros de uma fase confusa da vida, além busca pela aceitação em um mundo que muitas vezes não compreende as diferenças.

A genialidade deste filme reside na sua abordagem autêntica e no compromisso com a juventude dos personagens. Jeff Rowe e Seth Rogen acertam em cheio ao escolher um elenco jovem, permitindo que suas improvisações tragam vida e autenticidade às tartarugas. É como se eles fossem adolescentes reais, enfrentando os altos e baixos da vida enquanto tentam ser aceitos por uma sociedade nada acolhedora e rejeita o diferente. A narrativa permite com que os espectadores mais jovens se identifiquem facilmente com os dilemas e desafios enfrentados por Mike, Leo, Doni e Raffa.

O filme destaca a importância das relações interpessoais e da amizade, uma mensagem vital para o público jovem. Jeff Rowe e Seth Rogen merecem aplausos por criarem uma dinâmica genuína entre as tartarugas, tal abordagem dá aos protagonistas uma profundidade emocional surpreendente e as torna incrivelmente identificáveis. 


Caos Mutante traz uma estética em contraste deliberado entre o caótico e o nostálgico. As cenas caóticas, com designs bizarros e cores vibrantes, representam o turbilhão de emoções que acompanha a adolescência. Ao mesmo tempo, o carinho pela aparência clássica das tartarugas é uma homenagem aos fãs de longa data, uma reverência à jornada de 40 anos dessa franquia icônica.

Criadas em 1984 por Kevin Eastman e Peter Laird, as Tartarugas Ninja tiveram sua primeira aparição na forma de uma história em quadrinhos independente e auto publicada em preto e branco pela Mirage Studios, empresa fundada por Kevin Eastman e Peter Laird. A história original foi intitulada "Teenage Mutant Ninja Turtles" e tinha um tom muito mais sombrio e adulto do que a versão posteriormente popularizada na televisão e em outros meios.

Eastman e Laird criaram as tartarugas como uma paródia aos quadrinhos de super-heróis populares na época, como o Demolidor e o X-Men. A ideia era exagerar ao máximo os elementos típicos dos quadrinhos, criando uma história absurda e cômica sobre tartarugas mutantes que se tornam ninjas. Eles até mesmo escolheram adicionar o adjetivo "mutante" ao título, uma referência ao medo da radiação que era uma preocupação na época.


As tartarugas receberam seus nomes em homenagem a quatro famosos artistas do Renascimento italiano: Leonardo (Leonardo da Vinci), Michelangelo (Michelangelo Buonarroti), Donatello (Donatello di Niccolò di Betto Bardi) e Raphael (Raffaello Sanzio da Urbino). Essa escolha de nomes era outra piada, já que contrastava com a natureza inesperada e cômica dos personagens.

O sucesso surpreendente da primeira edição em quadrinhos levou ao desenvolvimento de uma série de quadrinhos mais elaborada, e eventualmente, as Tartarugas Ninja se tornaram uma franquia multimídia de enorme sucesso, incluindo desenhos animados, filmes, brinquedos e muitos outros produtos.

E isso nos traz até 2023 com o filme Caos Mutante. O humor, a originalidade e a irreverência das Tartarugas Ninja - presentes na obra - contribuíram para seu apelo duradouro. Um dos elementos que ajudam a trazer para a realidade os ninjas mutantes é a trilha sonora, neste caso o rap e toda a cultura Hip Hop. Aqui existe um importante paralelo entre as tartarugas - quadro jovens marginalizados que buscam ser aceitos - com os jovens oriundos das periferias, sobretudo a juventude negra. As músicas presentes no filme refletem as personalidades únicas das tartarugas. A diversidade musical, que vai do K-pop ao rap, apresenta em cada faixa é um acorde perfeito para a história, adicionando camadas à narrativa e aos personagens. Só para citar alguns dos nomes envolvidos na trilha sonora, temos: De La Soul, Vanilla Ice, Dr Dre, Gucci Mane e Ol' Dirty Bastard.

O filme também acerta no vilões, mas aqui não vemos (ainda) o Destruidor (Orohu Saki) ou Krang, mas temos Bebop e Rocksteadyliderados pelo icônico SuperMosca, um personagem fascinantes. A busca de SuperMosca pela aceitação, embora pelo caminho errado, cria um antagonista cativante e complexo. A luta final, embora longa, é um espetáculo visual que mantém os espectadores grudados na tela, proporcionando um clímax emocionante.


A trama é direta e envolvente: depois de um confronto com os soldados de Ultrom, o cientista Stockman perde um valioso frasco de mutagênico. Quinze anos depois, suas criações, incluindo uma mosquinha que se autodenomina "SuperMosca," cresceram e estão envolvidas em roubos na cidade para criar uma máquina que transformará animais em mutantes. Esse conflito gera paralelos com a preocupação do Mestre Splinter pela segurança de seus filhos adotados, as Tartarugas Ninja. A busca pela solução desse problema leva os irmãos a conhecer a aspirante a jornalista April O'Neil e inicia uma série de eventos emocionantes.

"Tartarugas Ninja: Caos Mutante" é uma obra-prima que transcende o gênero de super-herói. É uma exploração profunda e comovente da adolescência, da busca pela aceitação e da importância da amizade. Este filme é uma celebração do caos encantador da juventude, contada de maneira inteligente e envolvente. É um lembrete de que, por mais que mudemos, a jornada de autodescoberta e a luta pela aceitação são experiências que todos compartilhamos. Uma verdadeira pérola em meio ao mar de filmes de super-heróis, "Caos Mutante" é uma joia que merece ser apreciada por espectadores de todas as idades.



Quem são, afinal, esses Três Coringas?


Confesso que sou um tanto cético quando o hype em torno de uma obra atinge níveis estratosféricos. No entanto, mergulhei nesta minissérie com expectativas modestas, esperando, talvez, um resultado medíocre. Surpreendentemente, a jornada me agradou de maneiras inesperadas! A cadeira de Metron, uma relíquia cósmica, entregou a Batman um enigma perturbador que nos conduz a um questionamento fundamental: Quem são, afinal, esses Três Coringas?

O Intrigante Enredo de "Os Três Coringas"

Nesta trama eletrizante, Batman, Batgirl e Capuz Vermelho empreendem investigações separadas, buscando elucidar crimes previamente cometidos pelo Coringa. Cada incidente corresponde a um ato criminoso memorável do vilão no passado. À medida que os heróis compartilham suas descobertas, surge uma revelação estarrecedora: todos esses crimes ocorreram simultaneamente. A pergunta que paira no ar é se o Palhaço do Crime está utilizando comparsas ou se existem, de fato, múltiplos Coringas.

Como o próprio título sugere, existem três deles: o palhaço, o comediante e o criminoso. Cada um personificando uma faceta única e sinistra do icônico vilão. Aqui, testemunhamos o Palhaço, com seu sorriso distorcido e o gosto pelo grotesco; o Comediante, sádico e cruel, encontrando deleite na dor alheia; e, por fim, o Criminoso, aparentemente orquestrando a sinistra dança.


Reflexões Sobre o Trauma e a Superação

O que torna "Os Três Coringas" notável é sua habilidade de revolver as feridas profundas dos personagens principais. Barbara Gordon, Jason Todd e Bruce Wayne foram marcados pela maldade do Coringa e pelas agruras de Gotham City. A trama evoca a questão da superação em meio ao caos, enquanto também lança um olhar crítico sobre a justiça e a hipocrisia. A jornada destes heróis é uma reflexão sobre como é possível perseverar após as cicatrizes mais profundas.

Não, meus caros, esta obra não reinventa a roda. Ela não nos brinda com uma revolução inesperada. A influência do incontestável clássico "A Piada Mortal" é visível em todos os quadrantes, seja na capa marcante, na narrativa em 9 quadros ou em diversos elementos que Geoff Johns, o talentoso roteirista, recicla de forma habilidosa. Além disso, "Os Três Coringas" também se nutre de eventos passados, como a icônica "Morte em Família", na qual Jason Todd é torturado e morto pelo próprio Coringa.


Motivações Insanas e um Romance Desnecessário

As motivações dos vilões são fascinantes, explorando a metamorfose do personagem ao longo das gerações. A conclusão é satisfatoriamente insana, egoísta e, de certa forma, bizarra, à imagem do próprio Coringa.

Contudo, há um ponto baixo nesta obra: o romance entre Jason e Barbara. Ele se mostra mal desenvolvido, sem acrescentar relevância à trama, quase como uma distração desnecessária do enredo principal.


A Arte Deslumbrante de Jason Fabok

Porém, o que verdadeiramente brilha em "Os Três Coringas" é a deslumbrante arte de Jason Fabok. O homem está no auge de sua forma criativa! As sequências de ação são fluidas, naturais, e as expressões dos personagens são incrivelmente realistas. O nível de detalhe que Fabok imprime em cada página é simplesmente absurdo. A colorização magistral de Brad Anderson se ajusta perfeitamente ao traço de Fabok, tornando a experiência visual verdadeiramente excepcional.


Conclusão: Trauma e Loucura em "Os Três Coringas"

Em minha humilde opinião, o sucesso de "Os Três Coringas" reside na habilidosa exploração do trauma que assombra nossos queridos personagens. Este é um conto sobre como se erguer das cinzas, enquanto a justiça e a hipocrisia se debatem em um baile macabro.

Para aqueles que desejam embarcar nesta jornada, a minissérie foi lançada pela editora Panini em três encadernados finos, com um preço acessível de 14,90. A capa, com seu fosco e verniz brilhante destacando o icônico Coringa, é uma obra de arte por si só. A decisão de lançar nesse formato mais acessível, em vez de uma edição encadernada de capa dura a preços exorbitantes, revelou-se acertada.

Preparem-se, meus amigos, para uma experiência que mistura o obscuro e o brilhante, a insanidade e a superação, tudo isso nas páginas de "Os Três Coringas". É uma jornada que merece ser explorada, assim como os abismos da mente do nosso adorado Palhaço do Crime.



Justiceiro: Uma Jornada de Resgate do Símbolo pela Justiça

O Justiceiro (Frank Castle): Um anti-herói complexo com ligações fascistas?

Ao longo das décadas, o universo dos quadrinhos tem sido palco da criação de diversos personagens icônicos, e entre eles, o Justiceiro se destaca como um dos mais emblemáticos da Marvel Comics. Criado por Gerry Conway, Ross Andru, e John Romita Sr., o anti-herói Frank Castle fez sua primeira aparição em The Amazing Spider-Man #129, lançado em fevereiro de 1974.

A história de Frank Castle é marcada por uma tragédia que moldou sua existência e motivou sua busca implacável por justiça. Ele era um dedicado fuzileiro naval e um amado marido e pai. No entanto, sua vida deu uma reviravolta terrível quando sua família foi brutalmente assassinada em um tiroteio entre gangues de criminosos. Esse evento traumatizante deixou Castle em um estado de profundo luto e raiva, impulsionando-o a buscar vingança contra os responsáveis ​​pela morte de sua família.

O Justiceiro não é um típico super-herói com habilidades sobrenaturais ou poderes extraordinários. Em vez disso, ele é um homem com habilidades de combate excepcionais, treinamento militar avançado e uma ética moral complexa e muitas vezes questionável. A abordagem de Castle para combater o crime é implacável, sem espaço para o perdão ou a reabilitação, o que o coloca em um terreno moral ambíguo, mas repleto de dilemas éticos.

É importante notar que a concepção do Justiceiro aconteceu em um contexto histórico muito diferente. Nos anos 70, o cenário político e social era marcado por temas de justiça e criminalidade, o que influenciou a criação do personagem. O debate sobre a pena de morte e o papel da violência no combate ao crime estava presente na sociedade, e o Justiceiro refletia essa atmosfera, representando a busca por uma justiça mais implacável e imediata.



No entanto, é fundamental distinguir a representação do personagem de sua intenção como símbolo ideológico. Embora as atitudes do Justiceiro possam ser controversas e até questionáveis, não há evidências de que ele seja um personagem fascista. O conceito de fascismo implica uma ideologia política autoritária, que promove o nacionalismo extremo, a intolerância e a supressão das liberdades individuais. Nada disso está presente na essência do personagem de Frank Castle.

O Justiceiro se tornou um dos personagens mais controversos da Marvel e despertou debates devido à sua visão pragmática e implacável na luta contra o crime. Infelizmente, a caveira que representa o anti-herói foi apropriada por grupos de extrema-direita, causando desgosto aos seus criadores. Em uma participação recente em um podcast, Gerry Conway expressou esperanças de que o símbolo ainda possa ser resgatado para representar causas justas.


Muitos acreditam ser difícil dissociar a caveira do Justiceiro de ataques de ódio por grupos extremistas, como mencionado no podcast Endless Threat. No entanto, Conway permanece otimista em relação à simbologia do personagem. Ele defende que apontar o dedo para os vilões sempre será uma ação válida e que o uso da caveira do Justiceiro ao lado do símbolo do movimento Black Lives Matter (Vidas Pretas Importam) é uma maneira de confrontar aqueles que merecem repreensão.

Conway acredita que a caveira simboliza a busca por justiça, não opressão. Em 2020, durante os protestos antirracistas que ocorreram em todo o mundo, o escritor lançou a campanha Skulls for Justice (Caveiras pela Justiça), incentivando os fãs do anti-herói a aplicar o símbolo Jú em causas sociais que apoiassem a justiça racial, igualdade de gênero e a visibilidade trans.

Por outro lado, a Marvel não tomou medidas legais contra o uso indevido do símbolo pelos movimentos de extrema-direita, Conway propõe uma solução mais sutil para desencorajar tal prática. Ele sugere que seja hora de um novo personagem assumir o manto do Justiceiro: um veterano de guerra negro.

Essa abordagem permitiria explorar os mesmos temas que acompanham Frank Castle, mas sob uma perspectiva mais alinhada com os problemas enfrentados pelas minorias. Essa evolução do personagem poderia trazer à tona questões importantes sobre justiça, desigualdade e representatividade, ampliando o debate dentro do universo dos quadrinhos e da sociedade em geral.

Ao resgatar o símbolo do Justiceiro para representar causas justas e transformar seu legado, Gerry Conway demonstra que os personagens dos quadrinhos têm o poder de inspirar e provocar reflexões sobre questões reais do mundo em que vivemos. A história do Justiceiro continua evoluindo, reforçando sua importância como figura emblemática dos quadrinhos, capaz de se reinventar e enfrentar novos desafios no cenário atual.


Além disso, ao longo dos anos, diversas histórias em quadrinhos têm explorado a complexidade do Justiceiro, mostrando seus conflitos internos, momentos de reflexão e até mesmo parcerias com outros heróis, o que demonstra sua posição dentro do universo dos super-heróis como um anti-herói, e não um símbolo de ideais fascistas.


Em suma, a história da criação do Justiceiro e suas motivações revelam um personagem complexo, cujas ações são movidas por uma busca por justiça em um contexto de tragédia pessoal e desafios morais. Enquanto sua abordagem implacável pode gerar debates éticos, é importante reconhecer que não há evidências de que o personagem seja representativo do fascismo. O Justiceiro é uma figura multifacetada, cuja história continua a evoluir e inspirar novas reflexões sobre justiça e ética no mundo dos quadrinhos.

Conheça 5 Quadrinistas Brasileiros



O Brasil tem uma rica tradição de histórias em quadrinhos, com muitos artistas talentosos e influentes. Aqui estão cinco artistas brasileiros de HQs que você deve conhecer:


Mauricio de Sousa

Mauricio de Sousa é um dos mais conhecidos e influentes artistas de quadrinhos do Brasil. Ele é o criador da Turma da Mônica, um dos quadrinhos mais populares e duradouros do país. O estilo de arte de Mauricio é caracterizado por personagens divertidos e adoráveis, e ele é conhecido por seu trabalho voltado para crianças e jovens.


Laerte Coutinho

Laerte Coutinho é um dos artistas de quadrinhos mais conhecidos e respeitados do Brasil. Ela é conhecida por seu estilo único e experimental, e seu trabalho muitas vezes explora temas de gênero e identidade. Laerte é uma figura importante na cena dos quadrinhos brasileiros e é frequentemente citada como uma influência por outros artistas.


Rafael Grampá

Rafael Grampá é um artista de quadrinhos que ganhou destaque internacional nos últimos anos. Ele é conhecido por seu estilo dinâmico e cinematográfico, que apresenta cenas de ação emocionantes e imagens altamente estilizadas. Grampá trabalhou em vários projetos para grandes editoras de quadrinhos, incluindo a DC Comics e a Dark Horse Comics.


Fábio Moon e Gabriel Bá

Fábio Moon e Gabriel Bá são irmãos gêmeos que trabalham juntos em projetos de quadrinhos há muitos anos. Eles são conhecidos por seu estilo artístico distinto, que mistura elementos de realismo e fantasia. Eles ganharam vários prêmios por seu trabalho, incluindo o Eisner Award, o prêmio mais prestigiado dos quadrinhos.


Ivan Reis

Ivan Reis é um artista de quadrinhos que trabalha principalmente para a DC Comics. Ele é conhecido por seu estilo dinâmico e detalhado, que apresenta personagens altamente estilizados e cenas de ação emocionantes. Reis trabalhou em vários projetos importantes da DC, incluindo Lanterna Verde e Aquaman, e é considerado um dos artistas mais talentosos e influentes dos quadrinhos brasileiros.


Esses são apenas alguns dos muitos artistas talentosos e influentes de quadrinhos brasileiros que você deve conhecer. A cena dos quadrinhos no Brasil é vibrante e diversa, e há muitos outros artistas talentosos fazendo trabalhos incríveis que valem a pena conferir.

5 Filmes Esquecidos de Super Heróis



Os filmes de super-heróis se tornaram um gênero bastante popular nas últimas décadas, mas antes dos blockbusters como Vingadores e Liga da Justiça, havia um mundo de filmes de super-heróis menos conhecidos e, muitas vezes, esquecidos. Aqui estão cinco desses filmes antigos de super-heróis que valem a pena conferir:


The Rocketeer (1991)

Baseado em uma história em quadrinhos dos anos 80, The Rocketeer segue um piloto de avião chamado Cliff Secord que encontra um foguete experimental e decide se tornar um super-herói para lutar contra o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. O filme tem um estilo retrô e uma sensação de aventura de pulso acelerado que o torna uma escolha divertida para os fãs de super-heróis e filmes de época.


Darkman (1990)

Dirigido pelo mestre do terror Sam Raimi, Darkman é um conto sombrio de vingança que segue um cientista que foi desfigurado e busca vingança contra aqueles que o feriram. O filme é uma mistura de horror e super-heróis, com uma dose saudável de ação e efeitos especiais dos anos 90. Embora não tenha sido um grande sucesso na época, o filme ganhou uma base de fãs cult ao longo dos anos.


The Phantom (1996)

Baseado no personagem de quadrinhos criado em 1936, The Phantom segue um herói mascarado que luta contra o crime em uma ilha fictícia no Oceano Índico. O filme tem um clima de aventura de matinê dos anos 30 e 40, e é um pouco mais leve do que os filmes de super-heróis mais sombrios dos anos 90. Embora não tenha sido um sucesso de bilheteria, The Phantom é um filme divertido e charmoso que vale a pena conferir.


The Shadow (1994)

Baseado no personagem de rádio dos anos 30, The Shadow segue um homem misterioso que tem o poder de "nublar" a mente das pessoas e se tornar invisível. O filme tem um estilo noir e é cheio de elementos de mistério e intriga, além de algumas sequências de ação emocionantes. Embora não tenha sido um grande sucesso comercial, The Shadow é um filme interessante e bem-feito que oferece uma visão única do gênero de super-heróis.


The Rocket Man (1954)

Este filme de ficção científica dos anos 50 segue um cientista que cria um traje voador e se torna um super-herói para lutar contra uma organização criminosa. O filme é uma das primeiras tentativas de Hollywood de criar um filme de super-herói e tem um charme ingênuo e inocente que é típico dos filmes da época. Embora possa parecer um pouco estranha, a sinopse é sobre a aparição repentina e inexplicável de um misterioso homem-foguete, e um garotinho fica de posse de uma misteriosa arma de raios que obriga qualquer um que seja pego em seu raio a dizer a verdade. Ele o usa para evitar que seu orfanato seja executado pelos credores e para ajudar um jovem casal a se apaixonar.